ATA DA DÉCIMA SEXTA SESSÃO
SOLENE DA TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA LEGISLATURA,
EM 10.06.1999.
Aos dez dias do mês de junho
do ano de mil novecentos e noventa e nove reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha
do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às dezenove horas
e vinte e cinco minutos, constatada a existência de “quorum”, o Senhor
Presidente declarou abertos os trabalhos da presente Sessão, destinada a
homenagear o Dia do Pastor, nos termos do Requerimento 49/99 (Processo nº
823/99), de autoria do Vereador Eliseu Sabino. Compuseram a MESA: os Vereadores
Isaac Ainhorn e Eliseu Sabino, respectivamente 2º e 3º Secretários da Câmara
Municipal de Porto Alegre, presidindo os trabalhos; o Pastor João Ferreira
Filho, Presidente da Convenção dos Pastores das Igrejas Evangélicas “Assembléia
de Deus” do Estado do Rio Grande do Sul; o Senhor Adilson Silva dos Santos,
representante do Ministério Público; a Irmã Gessy Ferreira, Presidenta da UNEEP
- União Estadual das Esposas de Pastores; o Deputado Estadual Edemar Vargas,
representante da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul; o Deputado
Estadual Eliseu Santos, Presidente da Comissão de Saúde da Assembléia
Legislativa do Rio Grande do Sul. Após, o Senhor Presidente convidou a todos
para, em pé, ouvirem a execução do Hino Nacional e concedeu a palavra aos
Vereadores que falariam em nome da Casa. O Vereador Eliseu Sabino, em nome das
Bancadas do PTB, PSDB, PMDB e PPS, historiou sobre sua formação evangélica e
destacou as múltiplas atividades e exigências da vida do Pastor, ressaltando
ser esse ministério, antes de tudo, uma vocação sagrada, que tem por objetivo
pregar a palavra de Deus e libertar as pessoas para a busca da vida eterna. Na
ocasião, o Vereador Eliseu Sabino procedeu à entrega de placa comemorativa ao
Pastor João Ferreira Filho. Também, o Coral Vozes de Gratidão cantou a música
“Cristo Habita em Meu Ser”. A Vereadora Maristela Maffei, em nome da Bancada do
PT, discorreu acerca de suas convicções religiosas e mencionou a forma como as
Escrituras Bíblicas registram a atuação dos profetas na defesa do ser humano.
Comentou, ainda, que a fé só é valida se acompanhada da prática das boas ações,
inspirada na luz do Evangelho. O Vereador João Carlos Nedel, em nome da Bancada
do PPB, descrevendo a presente homenagem como um ato simbólico do
reconhecimento da Cidade ao trabalho dos bons Pastores, teceu considerações
sobre as dificuldades do mundo atual e a grandeza da missão do evangelizador. O
Vereador Isaac Ainhorn, em nome da Bancada do PDT, lembrou a tradição da Casa
em registrar o Dia do Pastor e, pronunciando-se quanto à responsabilidade
inerente à atividade pastoral e sua importância no cotidiano da vida das
pessoas, declarou ser o papel da espiritualidade o verdadeiro caminho da
libertação. O Vereador Gilberto Batista, em nome da Bancada do PFL, procedeu à
análise do trabalho dos Pastores como servos de Deus, enaltecendo o ofício de
comandar seus seguidores no enfrentamento das dificuldades do dia-a-dia,
através da pregação do Evangelho e da fé em Cristo. A seguir, apresentou-se o
Coral Vozes de Gratidão, cantando a música “O Senhor é Meu Pastor” e, após, o
Senhor Presidente concedeu a palavra aos Deputados Estaduais Eliseu Santos e
Edemar Vargas, à Irmã Gessy Ferreira e ao Pastor João Ferreira Filho, que
agradeceram a homenagem prestada por esta Casa, ressaltando a importância dos
valores espirituais e o significado da fé na sociedade atual. Na ocasião, o
Senhor Presidente registrou o recebimento de correspondência alusiva à
homenagem, de autoria do Pastor Antônio Antunes dos Santos, Gerente Regional da
Sociedade Bíblica do Brasil, e convidou o Cantor Elton Machado para interpretar
o hino “Caminhada” e a Irmã Isabel Cristina Silva de Freitas para proceder à
entrega de recordação da Câmara Municipal de Porto Alegre à Maestrina Nacyr
Bandeira. Em continuidade, o Coral Vozes de Gratidão cantou o hino “Guia-me ao
Pai” e o Senhor Presidente registrou as presenças dos Pastores Isaías Figueiró,
José Lima, Duarte e Jorge e do Irmão Dias. Após, convidou a todos para, em pé,
ouvirem a execução do Hino Rio-Grandense e para participarem do coquetel a ser
realizado a seguir. Nada mais havendo a tratar, o Senhor Presidente declarou
encerrados os trabalhos às vinte e uma horas e vinte e nove minutos, convocando
os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os
trabalhos foram presididos pelos Vereadores Isaac Ainhorn e Eliseu Sabino e
secretariados pelo Vereador Eliseu Sabino. Do que eu, Eliseu Sabino, 3º Secretário,
determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e
aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Isaac Ainhorn): Estão abertos os trabalhos da 16ª Sessão
Solene, iniciativa do Ver. Eliseu Sabino, destinada a homenagear o Dia do
Pastor, proposição que contou com a aprovação de todos os Vereadores.
Gostaríamos
de convidar o Presidente da Convenção dos Pastores das Igrejas Evangélicas
“Assembléia de Deus” do Estado do Rio Grande do Sul, Pastor João Ferreira
Filho, Presidente da Igreja em Porto Alegre, para integrar a Mesa dos nossos
trabalhos. Convidamos, também, o representante do Ministério Público Estadual,
Dr. Adilson Silva dos Santos; a Presidente da União Estadual das Esposas de
Pastores, Irmã Gessy Ferreira; o Deputado Estadual Edemar Vargas, representante
da Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul; o ex-Vereador, sempre
Vereador desta Casa, o Deputado Estadual Eliseu Santos, Presidente da Comissão
de Saúde da Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, para
comporem a Mesa.
Gostaríamos
de informar a todos que, por ocasião desta Sessão Solene destinada a homenagear
o Dia do Pastor, encontram-se presentes os Vereadores Reginaldo Pujol, Pedro
Américo Leal, João Carlos Nedel, Maristela Maffei, Hélio Corbellini, Gilberto
Batista e aquele que desde a sua investidura tem feito anualmente a comemoração
desta data solene, o Ver. Eliseu Sabino.
Convidamos
todos os presentes para, em pé, ouvir o Hino Nacional.
(Executa-se
o Hino Nacional.)
O
Ver. Eliseu Sabino falará pela Bancada do seu Partido, o PTB e pelas Bancadas
do PSDB, PMDB e PPS.
O SR. ELISEU SABINO: (Saúda os componentes da Mesa e demais
presentes.) Inicialmente, manifestamos de uma maneira carinhosa a nossa homenagem
ao sempre Pastor de honra a quem tributamos nossa sincera amizade e
conhecimento de causa, por termos sido criados aos seus pés, Pastor Nils
Taranger e missionária Mary Taranger, cuja ausência por motivo de doença
lamentamos, e que é do conhecimento de todos os irmãos Pastores que aqui estão.
Tenho
a grata honra e a satisfação de receber, juntamente com esta Casa, nesta
oportunidade, o ilustre Pastor a quem hoje esta Casa homenageia com uma placa -
homenagem que estende a todos os demais Pastores -: Presidente da nossa Igreja,
Presidente da Convenção da Assembléia de Deus no Estado do Rio Grande do Sul,
Pastor João Ferreira Filho. Nós estamos honrados por receber aqui todos os
nossos queridos irmãos e irmãs, bem como expressamos a nossa alegria em ver o
Coral “Vozes de Gratidão”, sob a regência da Maestrina Nacyr Bandeira, a quem,
carinhosamente, eu tenho chamado de “minha madrinha”. É uma satisfação muito
grande receber esse coral.
Refletindo
sobre o ministério pastoral, concluímos que ele é respeitado e honrado devido à
grande responsabilidade que recai sobre os ombros do pastor. Diante das
complexidades, exigências e pressões inerentes a esse ministério, o pastor se
encontra nas mais diversificadas funções, pois ser pastor é uma coisa, e
exercer o pastorado consiste em realizar diversas atividades.
Tenho
o privilégio de dizer a todos que aqui se fazem presentes que nasci e me criei
em berço evangélico, e hoje eu tenho a honra de usar essa tribuna para
homenagear o Pastor, essa figura que eu, como criança, sempre sonhei ser. Nos
braços do Pastor Nils Taranger, apresentado à Igreja, o sonho dos meus pais era
esse: “Faça deste menino um servo de Deus, um pregador do Evangelho, um
pastor”.
Quando
me perguntaram, em certa ocasião, na Cidade de Porto Alegre, quando ainda era
criança com oito ou nove anos de idade, engraxando sapatos de um cidadão,
quando ele me perguntou: “Menino, o que tu queres ser quando crescer?”.
Disse-lhe: “meu amigo, eu quero ser um pregador do Evangelho, eu quero ser um
pastor, este é o meu desejo, antes de tudo”.
Hoje,
Deus me concede a honra de ser um Vereador da Cidade de Porto Alegre, mas em
todos os momentos digo: antes de ser um Vereador, sou um Pastor. Dentro do meu
gabinete, esta Casa pode testemunhar essa realidade, quando muitas vezes somos
solicitados a dirigir orações, prestar aconselhamentos pastorais, porque nesta
Casa representamos esse ministério sagrado que Deus tem nos dado.
Ser
Pastor é muito mais do que ser Vereador. Ser Pastor é muito mais do que ser
Deputado. Ser Pastor é muito mais do que ser um governador ou um presidente da
República. Ser Pastor é ser um servo de Deus. Ser Pastor é ministrar a palavra
do Senhor. O Pastor tem a sua missão, a sua responsabilidade, que não lhe é
dada pela comunidade, não lhe é dada pelo voto popular, não lhe é dada por
alguma organização. Ser Pastor é uma missão dada por Deus.
Nesta
oportunidade, sinto-me muito alegre e até emocionado, porque sei que estou
prestando uma homenagem àquele que dá a sua vida pelas ovelhas.
Desejo
a bênção de Deus a todos os pastores, e, enquanto eu estiver nesta Casa e puder
levantar a minha voz, vou dizer a todos: sou um servo de Deus e aqui estou não
apenas como um Vereador, mas como servo de Deus para proclamar a palavra de
Deus e para dizer que Deus é a solução para este mundo.
A
palavra de Deus é viva e eficaz, mais penetrante do que qualquer espada de dois
gumes; penetra até o ponto de dividir a alma e o espírito, juntas e medulas: é
apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração do homem. Toda a
Escritura é divinamente inspirada por Deus e útil para o ensino, para a
repreensão, para a correção e para a educação na justiça, a fim de que o homem
de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda a boa obra; lâmpada
para os meus pés é a tua palavra, e luz para o meu caminho.
A
missão do pastor é fundamentalmente espiritual, no sentido de pregar o
Evangelho, libertar as pessoas e apresentar-lhes o Senhor Jesus e
encaminhá-las, pela palavra de Deus, a buscarem a vida eterna.
Nesse
sentido, nesse sentimento, aqui estou, dizendo: meu Deus, muito obrigado pela
oportunidade que me concedestes!
Encerro,
dizendo ao meu ilustre e querido Pastor Presidente João Ferreira Filho que,
quando chegou há sete meses nesta Cidade, Ver. Isaac Ainhorn, V. Exa. que tem
acompanhado a trajetória da Assembléia de Deus, na Presidência do Pastor Nils
Taranger, ele chegou com um amor tão grande, que abraçou toda esta Cidade,
todos os pastores e toda a Igreja de Porto Alegre, acompanhado dessa querida
pessoa, que é a sua esposa, Irmã Gessy.
Hoje
prestamos esta homenagem, porque não queremos fazer nenhuma demagogia, mas
queremos dizer o que está no nosso coração.
Desejamos
muitas bênçãos de Deus a todos, dizendo que o Dia do Pastor é um dia maior do
que qualquer outro dia. Com a permissão do Sr. Presidente, nós vamos entregar
uma placa ao nosso convidado de honra, Pastor João Ferreira Filho, em nome da
Câmara Municipal de Porto Alegre, que tem o seguinte dizer: “A Câmara Municipal
de Porto Alegre parabeniza a todos os Pastores desta Cidade e adjacências, na
pessoa do digno Pastor João Ferreira Filho, pelo Dia do Pastor. Sessão Solene,
dia 10.06.99, Porto Alegre. Eliseu Sabino, propositor da Sessão, Pastor e
Vereador, 3º Secretário desta Casa; Ver. Nereu D’Ávila, Presidente da Câmara
Municipal de Porto Alegre; Ver. Juarez Pinheiro, 1º Vice-Presidente; Ver. Paulo
Brum, 2º Vice-Presidente; Ver. Adeli Sell, 1º Secretário; Ver. Isaac Ainhorn,
2º Secretário.”
O
versículo bíblico que encerra esta placa diz: “ O bom Pastor dá a sua vida
pelas ovelhas.” Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
(É
feita a entrega da placa ao Pastor João Ferreira Filho.) (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE: Dando continuidade a esta Sessão Solene,
ouviremos o Coral “Vozes de Gratidão”, que interpretará a música “Cristo habita
em meu Ser”, sob a regência da Maestrina Nacyr Bandeira Rodrigues.
(O
Coral interpreta a música.) (Palmas.)
A
Vera. Maristela Maffei está com a palavra pela Bancada do Partido dos
Trabalhadores.
A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. (Saúda
os componentes da Mesa e demais presentes.) Poucos que aqui estão eu conheço,
mas acredito, sinceramente, que não foi por acaso que fui indicada para
representar o meu Partido, o Partido dos Trabalhadores. Neste momento algo nos
identifica, e, com certeza, é Jesus, porque sou cristã, sou católica, mas
acredito em todas aquelas pessoas de boa-fé, de boa prática, de bom coração que
seguem Deus, que seguem Jesus. E queria lembrar, na pessoa do homenageado, a postura
do bom-testemunho, Pastor João Ferreira Filho, que hoje estou conhecendo, mas
que, com certeza, muitas pessoas o conhecem. Na sua pessoa queria homenagear a
todas as pessoas, homens e mulheres que aqui estão, porque, com certeza, o bom
Pastor como disse o Ver. Eliseu Sabino, dá a vida pelas ovelhas. Foi muito
feliz a sua iniciativa, Pastor, porque há poucos dias, tivemos aqui também a
homenagem ao Frei Irineu e aqui o senhor estava, e não poderia ser de uma forma
diferente.
Relembro
aqui algumas palavras que considero fundamentais - e vou recorrer ao que disse
o Profeta Isaías: “Qualquer pessoa, ao percorrer a Sagrada Escritura, fica
impressionada com o realismo dos profetas na defesa do ser humano. Todo aquele
que tem boa-fé e assim concretiza, são filhos de Deus, porque, na prática da
vida, realizam grandes obras”. E com linguagem contundente, Isaías diz que Javé
abomina as festas sagradas, o culto religioso, os cantos, as ofertas, quando as
mãos daqueles que se aproximam são manchadas de sangue. Repartir o mel,
repartir a vida, repartir a solidariedade, partilhando, construindo sem egoísmo
uma nova sociedade.
Se
a boa-fé e a boa obra não se seguirem de uma prática que honre os filhos de
Deus nesta terra, não há sentido estarmos aqui. Não é sagrado aquele que apenas
é um bom tribuno, se não vem acompanhado, em sua vida, da boa prática, se não
vem inspirado na luz do Evangelho. A prática e a teoria.
Por
isso fiz questão de falar, porque sei que não apenas eu, mas muitas pessoas
dentro da Partido dos Trabalhadores vêm desse mesmo segmento, por exemplo, a
nossa querida Benedita da Silva, Vice-Governadora do Rio de Janeiro, foi criada
na Igreja Evangélica. Acredito que aquelas pessoas de boa índole, tendo Jesus
presente em sua vida, humanizam qualquer segmento. Não existe segmento humano
nesta terra que justifique a nossa estada se não houver a presença da luz.
Ouvimos falar, vemos apedrejar e dizer que o Partido do qual faço parte recusa
Jesus. Pois estou aqui para ser testemunha de que isso não é verdade, porque
sem Jesus, sem a luz do Evangelho, nada adianta, porque muitos daqueles que
dizem ter, muitas vezes o fazem em vão, porque nada fazem no sentido de
construir a vida; fazem no sentido de destruir. Portanto, falo com a maior
tranqüilidade, essas palavras, Pastor. Que bom, vejo ao seu lado uma grande
mulher - acho que assim somos. Não queremos ser mais do que ninguém. Queremos,
junto com os homens, construir essa nova sociedade juntos, inspirados à luz do
Evangelho.
Parabéns
mais uma vez, Vereador e companheiro Eliseu Sabino. Que Deus nos ilumine e que
faça de nós instrumento da sua fé. Muito obrigada. (Palmas.)
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Carlos Nedel está com a
palavra, pelo PPB.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: (Saúda os componentes da Mesa e demais
presentes.) Em nome da Bancada do PPB, a qual tenho a honra de pertencer,
juntamente com os prezados Vereadores João Dib e Pedro Américo Leal e em meu
próprio nome, também na condição de Ministro da Eucaristia da Igreja Católica Apostólica
Romana, desejo fazer dois cumprimentos: primeiro, ao nobre Ver. Eliseu Sabino,
pela oportuna proposição que fez, no sentido de que esta Casa homenageasse o
Dia do Pastor, num ato simbólico de nossa gratidão, em nome da população de
Porto Alegre, aos bons e queridos Pastores de nossa Capital.
E,
em seguida, cumprimento a todos os verdadeiros Pastores, que se mantêm fiéis ao
ensinamento cristão, manifestando, desde logo, meu desejo de que um dia - quem
sabe mais cedo do que todos esperamos -, estejam nossas Igrejas ainda mais
próximas, irmanadas no mesmo ideal cristão, dissipadas nossas pequenas
diferenças e fortemente agregadas em torno de nossas imensas semelhanças; pois
constituímos todos o povo de Deus. Somos aqueles a quem Jesus Cristo chamou de
suas ovelhas. Somos o rebanho de que Cristo é o Pastor, o Bom Pastor, de que
nos fala o Evangelho de João, capítulo 10, versículo 14.
Quanta
grandeza existe na missão do Pastor! É o próprio Cristo quem afirma isso, no
Evangelho segundo Mateus, ao se referir à obediência aos mandamentos: “Quem os
praticar e os ensinar a praticar, será grande no reino de Deus”.
Mas, ao mesmo tempo que afirma a grandeza do
evangelizador, Cristo cobra-lhe a coerência de vida e lhe é radicalmente
exigente na missão de evangelizar.
No
mundo e no tempo em que vivemos é cada vez mais difícil ao homem comum, e mais
difícil ao pastor, ao sacerdote passar incólume pelas tentações que a vida
propõe, pela exaltação do ter, do poder e do prazer.
Seria
bem mais fácil abdicar da responsabilidade de ser guia, para se deixar conduzir
pela corrente poderosa da mesmice, levado de roldão pelo anonimato
irresponsável. Seria mais cômodo não ter a obrigação do exemplo e desfrutar de
todas as facilidades oferecidas aos que, incapazes de realizar, satisfazem-se
em criticar.
Seria
bem mais agradável, na vida secular, poder gozar de todos os prazeres que a
vida moderna propicia, ao invés de obedecer aos mandamentos, refrear os
sentidos e dedicar sua vida ao próximo, na prática do verdadeiro amor, que
liberta e dignifica o homem.
Mas
não. Os realmente vocacionados, os comprometidos, os homens de verdadeira fé,
os que colocam Cristo totalmente à sua frente, não desanimam jamais frente aos
obstáculos e seguem com humildade os conselhos deixados por Paulo, na Segunda
Epístola a Timóteo:
“Foge
das paixões da mocidade e segue a justiça, a fé, o amor e a paz com os que, com
um coração puro, invocam o Senhor.
Rejeita
as questões loucas e sem instrução, sabendo que produzem contendas. Pois ao
servo do Senhor não cabe contender, mas sim ser manso para com todos, apto para
ensinar.
Instrui
com mansidão os que resistem, para ver se porventura Deus lhes dará
arrependimento para conhecerem a Verdade e tornarem a despertar, livrando-se
dos laços do mal, a cuja vontade estão presos.”
Esses
são os verdadeiros pastores.
Portanto,
demos graças a Deus pelos bons pastores que temos conosco. Peçamos a Ele que os
conserve sempre fiéis à missão de evangelizar.
E,
finalmente, peçamos ao Senhor Nosso Deus que chame a seu serviço novos
pastores, que dêem continuidade a esse serviço de inestimável valor, que é o de
condução de seu povo no caminho do amor, da paz e da verdadeira felicidade.
Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Eliseu Sabino): O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra
para falar em nome da sua Bancada, o PDT.
O SR. ISAAC AINHORN: (Saúda o Presidente e demais componentes
da Mesa.) Prezado Deputado Estadual Eliseu Santos, sempre Vereador, eis que por
esta Casa já passou, e que é uma figura de proa e de destaque, e também é o seu
dia, na condição de Pastor. Quero fazer ainda uma referência especial ao
Presidente da Assembléia de Deus de Porto Alegre, Pastor João Ferreira Filho,
que é pai de uma figura muito querida que integra o meu Partido, o ex-Prefeito
de Ijuí, Gérson Ferreira.
Essa
é uma tradição que esta Casa passa a ter no decorrer dos anos, que é a
realização anual de uma Sessão Solene destinada a homenagear o Dia do Pastor.
Aliás, deixo aqui, Ver. Eliseu Sabino, a V. Exa., a proposta da instituição por
lei deste dia na Cidade de Porto Alegre. A V. Exa. que tem contribuído com os
seus conhecimentos e com as suas luzes no desempenho de mandato sério e vem
desempenhando com integridade e honradez a missão e a procuração que a população
de Porto Alegre lhe outorgou e que de forma tão digna exerce esse mandato aqui
nesta Casa, com a respeitabilidade e a admiração que os seus Pares têm tido a
V. Exa. no correr desses anos de convívio parlamentar aqui nesta Casa,
desempenhando com seriedade, com integridade e honradez o seu mandato.
Desejo
também, nesta oportunidade, além da homenagem ao Dia do Pastor, homenagear
também as esposas dos pastores, na figura da Irmã Gessy Ferreira e de duas
figuras que são muito caras, que merecem a nossa grande admiração pela maneira
e pela conduta que têm no seu trabalho, aqui nesta Casa, e no acompanhamento do
seu companheiro. De um lado, a esposa do Ver. Eliseu Sabino, a Isabel, que tem
sido a sua companheira permanente em todos os momentos e em todas as horas.
Também registro a nossa homenagem às esposas dos pastores, a uma figura que
exerce com muita competência a sua atividade aqui nesta Casa, que é a Luiza
Neves, esposa do Pastor Joel Neves, figura que, durante os anos que tem
desempenhado o seu trabalho como Relações Públicas desta Casa, granjeou a
admiração e o respeito dos que a cercam, pela seriedade profissional com que
exerce a sua atividade aqui conosco. Nossas homenagens a essas extraordinárias
mulheres que têm uma ligação muito profunda com a Assembléia de Deus.
Eu
tenho hoje, meu caro Presidente João Ferreira Filho, uma ligação muito próxima
e muito íntima com aqueles que seguem a Assembléia de Deus.
Os
senhores, mais do que ninguém, na condição de estudiosos e reveladores da
palavra do Senhor, da Bíblia, esse Livro extraordinário, sabem que eu sou
descendente de um povo que tem um carinho e um cuidado todo especial por parte
de todos que estão aqui neste momento: sou filho do povo de Israel! Por essa
razão e por essa condição, eu sei que gozo junto aos irmãos da Assembléia de
Deus, permanentemente, de um carinho todo especial.
Tenho-me
encontrado, no decorrer do meu trabalho, do meu caminho, com Pastores e com
Irmãos. Vou fazer uma revelação aqui, nesta noite, Pastor João Ferreira Filho:
nesse último sábado, eu privei de uma refeição, no primeiro distrito que teve
um templo da Assembléia de Deus do Rio Grande do Sul, trata-se do distrito e,
certamente o senhor o conhece, que hoje é município, o Distrito do Itacurubi,
lá no Iguaraçá, onde existem dois templos da Assembléia de Deus. Próximo dali,
nesse sábado, privei da refeição com três irmãos da Assembléia de Deus,
cumprimentando-os, estando ali com eles. Um era peão de estância, mas ali
estava levando a palavra do Senhor, conversando e se preparando para o culto da
tarde, que haveria numa igreja localizada, meu caro Deputado Eliseu Santos, a
duzentos metros dessa propriedade. Pois estive naquele que é um ponto de
referência muito importante.
Mas
eu gostaria de, além desse fato que ocorreu comigo no último sábado, referir um
outro fato muito curioso, que me identificou mais profundamente com a
Assembléia de Deus e que me fez compreender todo o trabalho que ela realiza
levando a palavra do Senhor. Eu era Presidente desta Casa no ano de 1996 e compareci,
convidado que fui - talvez a maioria dos Senhores Pastores tenham estado
presentes -, lá na sede da FEDERASUL, quando vieram de Jerusalém dois
dignitários da Assembléia de Deus: o Pastor Larsen e o Pastor Schlomo. Eu
cheguei um pouco atrasado e quando entrei naquele recinto onde se realizaria um
jantar sob a coordenação do Pastor Nils Taranger, surpreendi-me - eu não
conhecia os cânticos - ao me defrontar com uma situação muito curiosa: estavam
todos os irmãos de pé cantando uma música sagrada que é cantada nas sinagogas,
uma música em hebraico. Aquilo me emocionou enormemente.
Vejam
os senhores que esta homenagem é prestada pela Câmara Municipal, onde estão
presentes as mais variadas correntes do pensamento político, do pensamento
religioso, revelando aquilo que é fundamental para a presença de todos os
sentimentos de natureza religiosa, que é o princípio maior da liberdade de
profissão religiosa.
Estamos,
nesta oportunidade, numa situação singular, numa situação de homenagem ao Dia
do Pastor, que já se tornou consagrado na vida desta Casa, na representação
política de Porto Alegre. A representação do povo está, aqui, a homenagear o
Pastor, o Pastor que conduz o seu rebanho e que leva a palavra do Senhor.
Sinto-me
emocionado e sensibilizado em todas as oportunidades que tenho participado
dessas homenagens. O pastor, hoje, é uma figura do cotidiano da nossa vida, da
nossa Cidade, e nos mais recônditos locais e paragens do nosso Estado, está
presente a palavra do Senhor, na intervenção do pastor, na seriedade, na
responsabilidade da missão que a ele foi atribuída.
Por
isso, o respeito, a admiração pelo profundo trabalho que os senhores levam à
frente num momento de profunda crise de valores.
Vejam,
que estamos vivendo uma situação “sui generis”: o final de um milênio, o
alvorecer de um novo milênio, com problemas terrenos de toda a ordem, em que
depois da presença forte de concepções materialistas a humanidade se volta para
um sentimento de religiosidade, de natureza mística, compreendendo que o papel da
espiritualidade, o desenvolvimento dos valores espirituais do ser humano é o
verdadeiro caminho da libertação, capaz de fazer com que nos encontremos com o
Senhor.
Por
isso, encerro, saudando V. Exa. pelo que tem feito pela comunidade religiosa,
pela comunidade cristã, pela Assembléia de Deus e por elevar o nome dos seus
Pares, desses a quem hoje homenageamos no Dia do Pastor. O Senhor é meu Pastor,
nada me faltará. “Shalon Adonai”! Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Agradecemos as palavras do Ver. Isaac
Ainhorn, que no seu pronunciamento manifesta o sentimento real daquele que é um
verdadeiro cidadão, uma pessoa que conhece o trabalho da Igreja Evangélica.
O
Ver. Gilberto Batista está com a palavra em nome do PFL.
O SR. GILBERTO BATISTA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, (Saúda
os componentes da Mesa e demais presentes.) Falo em nome da Bancada do PFL,
tendo a honra de ser liderado pelo Ver. Reginaldo Pujol.
Primeiramente
quero, de público, parabenizar uma pessoa que, com o passar dos dias e dos
meses, aprendi a gostar e a respeitar; primeiro, como homem, e depois como
pastor. Ele desenvolve nesta Casa um magnífico trabalho, à altura daquelas
pessoas que, assim como o Ver. Isaac Ainhorn disse, lhe outorgaram o mandato de
Vereador desta brilhante Cidade de Porto Alegre.
Meu
amigo, no exercício da Presidência dos trabalhos, Pastor e Ver. Eliseu Sabino,
quero pedir licença para, em seu nome, poder homenagear a todos os Pastores que
estão presentes aqui na Câmara Municipal. Eu aprendi com o amigo que o Pastor é
aquele que prega a palavra de Deus. Aprendi com o amigo que o Pastor é um servo
de Deus. Aprendi, Pastor Eliseu Sabino, que o Pastor tem uma missão
fundamental, missão que foi dada por Deus. Ele tem a função de comandar o rebanho
do Senhor, que passa por enormes dificuldades. O povo de Deus, a que todos nós
pertencemos, enfrenta a falta de emprego, a falta de segurança, a falta de
moradia, a falta de assistência médica decente, a falta de saneamento básico em
nossas vilas. Mas o povo de Deus busca, na Casa de Deus, o Salvador. E encontra
nessa casa o comandante de seu rebanho, que é o Pastor, aquela pessoa
equilibrada, firme em suas orientações, sempre pregando a palavra do Nosso
Senhor Jesus Cristo. Pois essa palavra é transmitida pelo comandante de seu
rebanho, que traz de volta ao nosso coração a fé que temos pelo Senhor. É essa
palavra que nos deixa tranqüilos e prontos para enfrentarmos novamente o
dia-a-dia da nossa vida, que nos foi dada pelo Nosso Senhor Jesus Cristo.
Por
isso tenho um lema na minha vida, tenho o Senhor como meu Pastor e sei que Ele
não me deixará faltar nada. Acredito Nele, tenho fé Nele e só espero que Deus
possa abençoar a todos os Senhores Pastores para que possam se espelhar no
nosso Pastor maior, que é o nosso Deus. Que Deus abençoe a todos nós, não só
deste Estado, desta Cidade, mas do nosso País e do nosso Universo. Deus seja
louvado e que ele sempre possa estar ao nosso lado. Obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Ouviremos, agora, o Coral Vozes da
Gratidão, cantando o hino “O Senhor é Meu Pastor”, sob a regência da Maestrina
Nacyr Bandeira Rodrigues.
(O
Coral canta o hino “O Senhor é Meu Pastor”.)
O
Deputado Estadual Eliseu Santos está com a palavra. O Deputado Eliseu Santos é
Presidente da Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Assembléia Legislativa do
Estado e evangelista da Igreja Assembléia de Deus, em Porto Alegre.
O SR. ELISEU SANTOS: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. (Saúda
os componentes da Mesa e demais presentes.) É com alegria e com emoção, emoção
de retornar a esta Casa onde já debati os destinos da nossa Cidade, e voltar a
esta Casa num momento especial. Numa noite em que estamos aqui para homenagear
pessoas especiais. Por que pessoas especiais? Porque são pessoas que têm uma
responsabilidade diferente das nossas, da minha, porque não sou pastor. São
pessoas que mantêm uma relação direta com Deus, uma relação onde, quem conhece,
sabe que a responsabilidade também é muito grande, transcendendo ao nosso cenário
terra/céu, é um mistério. Por isso que, com muita emoção, muito respeito e
carinho, me uno a essas homenagens. Todos nós estamos acostumados com o Dia dos
Pais, das Mães, das Crianças, dos Namorados, e no futuro vai surgir o Dia dos
Avós, das Tias, etc. Mas hoje, estamos aqui em uma homenagem especial, sendo
que o clima e o ambiente também são especiais. Estamos homenageando pessoas
especiais que têm dentro de si algo muito especial que é o espírito de Deus.
Por isso, nós sentimos alguma coisa diferente. Os convidados que porventura
estão hoje aqui e que não têm aquela vivência que nós temos, da nossa relação
com Deus, certamente sentem alguma diferença. É verdade, existe. Todos nós
estamos aqui tocados pela presença de Deus. Esta é uma homenagem, não meramente
social ou política, ela transcende a isso, é uma gratidão, um carinho, um
agradecimento para pessoas especiais.
As
esposas dos pastores, as suas companheiras merecem homenagens especiais também,
porque estão ao lado de homens especiais.
Como
ocorre com o Ver. Isaac Ainhorn, às vezes, também sou confundido com um pastor,
mas faltam muitas qualidades para chegar lá. Mas eu tenho algumas convivências
especiais, em momentos especiais, com pastores, pela minha profissão de médico,
por isso, muitas vezes fico frente a situações gravíssimas, onde é lançada em
minhas mãos a vida das pessoas, e quase que exigem que eu tome uma posição de
salvador. E eu me atiro, porque gosto, é uma vocação, é um dom que Deus me deu
e eu agradeço a Ele. Tenho experiências que jamais vou esquecer, em muitas
delas, vejo escapar entre minhas mãos a vida. E aquele paciente que está ali,
que quase não tem forças para falar, para reagir, de repente, nasce dentro dele
uma força. Ele sabe que está saindo, está fugindo dele a vida, mas ele diz:
“Doutor, chame um pastor para orar por mim. Eu sei que estou morrendo. Chame um
pastor”. Nessa hora, entra um homem especial, quando o médico não consegue
mais, quando aquele que, para muitos, é quase um semideus, que faz
transplantes, faz cirurgias, que salva vidas, não consegue mais, é chamado o
pastor. Naquele momento em que o ser humano está praticamente morrendo, a
força, o pensamento, a energia que sobra é para chamar uma pessoa especial, que
é o pastor.
Por
isso estamos aqui hoje, e me somo a essas homenagens, agradeço a Deus por estar
aqui juntamente com os senhores e senhoras, pela saúde que Deus tem-nos dado.
Ver.
Eliseu Sabino, o senhor foi sábio quando disse que o pastor é superior a
Vereador, a Deputado, a Senador, a Presidente da República, a Ministro, a
ditador com todos os poderes do mundo. É verdade. Como eu disse, nas
experiências que tenho tido, na hora mais crucial da vida do ser humano, ele
pede a presença do representante de Deus. Que Deus abençoe o senhor, Pastor,
sua esposa; os demais pastores, as esposas dos pastores; meus amigos pastores
que estou vendo aqui! Quero homenagear a todos os senhores e as esposas dos
pastores na pessoa saudosa de duas figuras que marcaram minha vida, a vida de
meu pai, do meu avô; plantaram na vida do meu avô, na vida do meu pai, a
semente do Evangelho. E plantaram no Rio Grande do Sul a semente da Igreja
Evangélica Assembléia de Deus, na pessoa do missionário, com o qual eu tive o
prazer de andar naquele carrinho dele importado, aquele homem magrinho,
carequinha, simpático, querido, o missionário Gustavo Norman e da sua esposa
Irmã Eizabeth, quero fazer uma homenagem saudosa daquela pessoas, que saíram há
setenta e poucos anos do primeiro mundo, da Europa e vieram aqui, para o meio
do mato, se assim posso dizer, trazer a mensagem do Evangelho, salvar vidas,
preparar o caminho que leva aos céus. É para esse casal que, nesta noite, uso
estas palavras para homenageá-los. Homenageando esse casal, quero homenagear ao
casal que está à mesa, Pastor João Ferreira e Irmã Gessy, a todos os pastores e
a todos os irmãos. Que a paz do nosso Deus esteja conosco, que Deus nos
abençoe! Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Acusamos o recebimento de uma carta que
diz: (Lê.) “Recebi seu amável convite para a Sessão Solene em homenagem ao Dia
do Pastor. Infelizmente, tenho agendado outro compromisso para o dia 10 de
junho de 1999, peço sua compreensão e que me tenha por escusado. Aproveito a
oportunidade para reiterar a nossa estima e consideração pelo trabalho louvável
de V. Exa. nesta Casa. Sem mais, despeço-me fraternalmente. Pastor Antônio
Antunes dos Santos - Gerente Regional da Sociedade Bíblica do Brasil”.
O
Sr. Edemar Vargas está com a palavra.
O SR. EDEMAR VARGAS: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. (Saúda
os componentes da Mesa e demais presentes.) Primeiramente, gostaria de
parabenizar o Vereador e, em primeiro lugar, o Pastor Eliseu Sabino por essa
iniciativa de propor que esta Casa realizasse esta Sessão Solene em homenagem
ao Dia do Pastor. Em segundo lugar, na pessoa do Pastor João Ferreira Filho,
quero cumprimentar todos os Pastores aqui presentes, suas esposas, os
Vereadores.
Quero
dizer, Pastor João Ferreira Filho, que esta homenagem que a Câmara de
Vereadores presta, através desta Sessão Solene, ao Dia do Pastor, é realmente
justa e honrosa.
Uma
das grandes verdades que Jesus Cristo afirmou no Monte das Bem-Aventuranças foi
que nós, seus servidores, seus servos, pastores, éramos o sal da terra. Essa
grande verdade se cumpre na vida do pastor. Foi Jesus quem disse: “Vós sois o
sal.” Nós sabemos qual a finalidade do sal. A grande finalidade do sal é dar
sabor aos alimentos. E, para que o sal dê sabor aos alimentos, ele tem que
desaparecer. Eis aí a finalidade, o propósito, a vida do pastor: ser sal! Jesus
não disse que o pastor, que o seu seguidor, que o seu servo era pão, era peixe,
era carne. Não, ele disse simplesmente “sal”. Esta é a característica do
pastor: sal!
Pastores
homenageados, sal, simplesmente sal. Pastores aqui representando a Cidade de
Porto Alegre, vindos de diversos bairros da Capital, realmente vós sois o sal.
O sal desta Capital, o sal dessa sociedade que está aí fora apodrecida, dessa
sociedade que está aí fora sem sabor, insípida. Vós sois o sal! Mas para que o pastor
seja sal, ele tem que desaparecer. É isso que acontece, Ver. Eliseu Sabino.
Muitas vezes os pastores aqui presentes passam despercebidos pela sociedade que
está aí fora, andam no anonimato, não estão em lugares portentosos. Porque não
é preciso, Srs. Pastores, vós sois o sal! E para que o sal dê sabor, ele tem
que desaparecer. É como se preparássemos uma salada, com tomate, azeitona,
pepino, cebola e tantos outros ingredientes. Ao servirmos essa salada, o sal
tem que estar presente, pois sem sal seria impossível saboreá-la. Quando
colocamos sobre a mesa todos esses ingredientes, o que aparece é o tomate, o
pepino, a cebola, a cenoura. Somente eles. O sal não aparece. No entanto, ele
está ali presente. Nós só percebemos a sua ausência quando levamos à boca o
alimento e ao saborearmos: “Ah, não tem sal.” “Ah, está sem sal.” É ali que nós
percebemos a sua ausência, mas ele tem que estar presente para dar sabor, assim
é a missão do pastor.
E
para que o pastor seja sal, um dos elementos do seu trabalho é a busca do seu
bem-estar, do seu próximo, do seu semelhante e da sociedade que está aí fora. E
para que o pastor consiga buscar o bem-estar dessa sociedade que está aí fora
apodrecida, sem sabor, insípida, o pastor tem que desafogar os seus interesses
pessoais. O pastor tem que arregaçar as suas mangas, muitas vezes, deixar até
sua família num tempo precioso para ela, para buscar o bem-estar e esse
bem-estar se tornar uma realidade. E para que o pastor seja sal, e é sal, ele
tem que agradecer a Deus as bem-aventuranças que o Evangelho lhe trouxe, porque
o Evangelho, Senhores Pastores, que Deus nos deu, nos deu esta bem-aventurança
e hoje nós Pastores somos agradecidos a Deus por esta bem-aventurança de sermos
Pastores.
Portanto,
Ver. e Pastor Eliseu Sabino, parabéns por essa iniciativa, por essa homenagem
justa e honrosa; parabéns Pastor João Ferreira Filho; parabéns Pastores aqui
presentes. Estas eram as minhas palavras que em nome da Assembléia Legislativa
do Estado eu entrego. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Convidamos o cantor Elton Machado, que
apresentará o hino intitulado “Caminhada” para usar o microfone.
O SR. ELTON MACHADO: (Saúda os componentes da Mesa e demais
presentes.) Agradeço a honra e o convite formulado. Gostaria de prestar a minha
homenagem ao Dia do Pastor cantando o hino “Caminhada.”
(O
Sr. Elton Machado interpreta o hino referido.)
O SR. PRESIDENTE: A Irmã Gessy Ferreira está com a
palavra.
A SRA. GESSY FERREIRA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, quero,
nesta oportunidade, agradecer de coração pelas homenagens que foram feitas a
mim e ao meu esposo, como Pastor.
Eu
li a história de Porto Alegre, onde diz que é uma Cidade muito amada pelos que
moram aqui e pelos que aqui passam. Quero-lhes dizer que é uma Cidade amada por
todos, porque se vocês não tivessem esse amor, não estariam-nos homenageando.
Pelo
que temos recebido de homenagem e carinho desse povo de Porto Alegre, desta
Cidade, dos que moram aqui, não quero só passar, quero habitar junto a vocês.
Quero
agradecer, de coração, a esse povo maravilhoso, carinhoso, que não só ama a
Cidade mas é amado por ela também.
Manifesto
aqui o meu carinho e o meu amor por todos vocês. Deus os abençoem. Esse hino
que esse moço cantou me emocionou muito, assim como ao Irmão Sabino. Eu estava
dentro da Igreja.
Meu
muito obrigada e meu carinho a todos vocês; ao Irmão Sabino e aos Deputados
irmãos que estão aqui. Deus abençoe a todos. Amém.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: O nosso Presidente, homenageado em nome
de todos, Pastor João Ferreira Filho, está com a palavra.
O SR. JOÃO FERREIRA FILHO: Minha saudação respeitosa ao nosso
querido colega, Pastor Sabino, no exercício da Presidência da Câmara de
Vereadores de Porto Alegre. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.)
Aqui me encontro para externar o meu profundo e sincero agradecimento pela
homenagem que me é prestada nesta legendária Casa do Povo de Porto Alegre, a
Câmara de Vereadores.
Venho
de uma longa caminhada, quarenta e cinco anos de vida pastoral, ministrando no
santuário evangélico os preceitos divinos que me foram confiados pela vocação.
No
dia 25 de outubro de 1949, num avião da FAB, chegávamos em Uruguaiana como
fuzileiro naval com a missão de fazer o patrulhamento e reprimir o contrabando
na fronteira de nossa Pátria. A força inspiradora da vocação religiosa me
obrigou a me descompromissar com a Marinha de Guerra do Brasil. E não hesitei
um instante sequer em largar as armas e a farda para, ardorosamente, ministrar
os ensinamentos da Bíblia Sagrada no altar da minha querida Igreja Evangélica
Assembléia de Deus.
O
Senhor Jesus Cristo quando assomou a face desta terra identificou-se como o Bom
Pastor, e disse que o Bom Pastor daria a vida pelas suas ovelhas. Um pastor na
linguagem bíblica é uma beleza rara. E o Senhor Jesus Cristo lá apontou quatro
inimigos das ovelhas e do pastor, e citou seus nomes: ladrão, salteador, lobo e
mercenário.
Disse
ele que o ladrão vem para matar, roubar e destruir. Portanto, são inimigos
terríveis do pastor e das ovelhas.
Dos
ministérios bíblicos este, o do pastor, é o mais conhecido, surge da
necessidade que a Igreja tem como rebanho de Deus de ser apascentado. Segundo o
critério bíblico deve ser um homem respeitável, experiente e capaz de impor-se
pela experiência cristã. Assim deve ser o pastor. Exige-se do pastor
maturidade. Como o Bispo, o pastor é o Superintendente da Igreja. Este governo
é fundamentado no amor.
O
pastor é, pois, o que apascenta o rebanho e deve ter o coração cheio do amor divino
para conduzir este rebanho. É o pastor que alimenta, conduz, e guarda os
valores eternos que Deus lhe confiou, que são as ovelhas do seu rebanho.
O
pastor deve ser, necessariamente, um homem abnegado que esteja pronto a tudo
sofrer e renunciar para prover a paz à Igreja que Deus lhe confiou.
Nisto,
o ofício pastoral é o mais belo, porque é o que mais se assemelha ao do Senhor
Jesus Cristo, o sumo Pastor das ovelhas.
No
Livro de Mateus encontramos uma belíssima parábola, onde o Senhor Jesus fala
dos dois servos: o servo bom e o servo mau. A parábola, no sentido mais
moderno, se insere no ramo da estilística, pois trata-se de uma verdade
paralela que ajuda a esclarecer determinado assunto. Jesus fez uma pergunta
nessa parábola: quem é, pois, o servo fiel e prudente? O Apóstolo Paulo,
falando aos Coríntios, disse que os homens nos consideram como ministros de
Cristo e dispenseiros dos mistérios de Deus. Além disso, requer-se nos
dispenseiros que cada um se ache fiel.
Podemos
depreender dessa parábola dos dois servos, de uma forma mais ampla, que fala de
responsabilidades ministeriais, tendo como pano de fundo uma propriedade: a
Igreja; e o agente da ação, o proprietário, que é Cristo, o bom e o mau servo,
que foi dito por Jesus Cristo.
Inicialmente
o Senhor Jesus faz uma pergunta e apresenta três qualidades morais que
identificam o caráter de um bom pastor: fidelidade, dedicação e prudência.
Fidelidade a Deus, que o chamou e vocacionou; fidelidade às Sagradas
Escrituras, que é a palavra eterna e imutável; e fidelidade à Igreja, que lhe
sustenta e lhe dá toda segurança para o exercício do sagrado ministério.
Servo
prudente, isto é, agir moderadamente, sem precipitação, evitando tomar atitudes
baseadas em premissas erradas ou danosas, e dedicação para dar sustento, a seu
tempo, ao rebanho que Deus lhe confiou.
Essa
verdade, aplicada ao plano espiritual, representa um grande exemplo de
dedicação e desprendimento.
O
pastor é identificado como representante e também muito recompensado, disse
Jesus: entra no descanso do Seu Senhor.
Que
bom, quando nós, Pastores, chegarmos ao termo de nossa paragem, ouvirmos do
Divino e Supremo Pastor bom e fiel servo, venha possuir, por herança, o reino
que vos está preparado antes da fundação da mundo.” Esse será o momento mais
feliz, será a recompensa de todo o nosso trabalho, e nós, os Pastores, devemos
ter a visão celestial, pois a saída foi boa, mas muito melhor será a chegada,
quando seremos saudados pelos seres celestiais, pelo nosso querido Salvador,
para, no eterno da paz, desfrutarmos do santo privilégio da nossa vocação e da
nossa chamada. Que Deus abençoe o nosso querido Eliseu Sabino; como Vereador e
Pastor ele nos proporcionou este ambiente que, para mim, agora, é um ambiente
de Igreja. É um ambiente em que todos podemos magnificar o excelso nome do
Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A minha gratidão a você, à Câmara de
Vereadores, por esta homenagem, pois é mais uma marca que fica no meu viver
continuado de apascentador de almas, de rebanho, de ovelhas, que Jesus me
confiou.
Meu
abraço sincero e leal a você por esta oportunidade. Transmita aos demais
Vereadores a nossa gratidão, que fica como penhor hipotecado a esta Casa. Deus
abençoe a todos. Amém! Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Solicito que a Irmã Isabel Cristina Silva
de Freitas passe às mãos da Maestrina Nacyr Bandeira, por quem temos uma
profunda admiração, uma recordação da Câmara Municipal de Porto Alegre.
(É
feita a entrega da recordação.) (Palmas.)
(O
Coral Vozes de Gratidão canta o hino “Guia-me ao Pai”.)
Irmãos,
estamos num momento especial nesta Casa. Primeiro, o fato de estarmos
homenageando o Pastor. E registro a representação do Pastor Isaías Figueiró, do
Irmão Dias, do Pastor José Lima da Igreja Batista, o Pastor Duarte, o Pastor
Jorge. Mas quando o Elton estava cantando, senti, aqui - e temos aqui os
assessores da Casa, a Taquigrafia, o Dr. Gilberto, assessor do Ver. Paulo Brum,
os nossos jornalistas, os colegas da TVCâmara - a presença de Deus. Não posso
deixar de falar o que sinto no meu coração, agora, quando já estamos encerrando
esta Sessão Solene. Esta Casa é palco de muitas discórdias, de muitos
problemas, de muitas dificuldades. Toda vez que é feita alusão ao povo
evangélico, à Igreja Evangélica, geralmente o Vereador que está na tribuna
dirige-se a este Vereador, porque temos essa responsabilidade, aqui. Mas é
importante dizer que sentimos aqui neste local, muitas vezes, o grande poder
das trevas; as artimanhas satânicas, e as cadeiras onde os Pastores estão
sentados são as cadeiras dos Vereadores. Mas nesta Casa são poucos os que
servem a Deus, e o diabo tem os seus súditos. E hoje aqui temos na Mesa,
Pastor, os seus súditos, às suas fortalezas. E hoje temos sentados à Mesa, o
Pastor Edemar Vargas, o nosso irmão Adilo, obreiro, o Pastor João Ferreira, a
Irmã Gessy e o Irmão Eliseu Santos. Somos todos servos de um Deus que nos
proporcionou este momento para estarmos aqui, nesta Casa. Devemos aproveitar
este momento especial para fazer uma poderosa oração para que Deus dê graça a
este Vereador, para que possamos conduzir os trabalhos do Senhor de uma forma
correta, e que todos os demônios sejam amarrados.
Quero
dar uma nota para esta assembléia que está aqui. A maioria dos representantes
do povo, aqui, servem ao Deus deste século, e Deus tem-nos concedido este
momento.
Quero
pedir que as cadeiras que estão vazias aqui, sejam ocupadas por um servo ou
serva de Deus. Que venha para cá um evangelista, um pastor, uma irmã, um irmão
para ocupar as cadeiras vazias. Se alguém mais quiser descer aqui para o meio
do Plenário, pode ficar à vontade.
Convidamos
também os Pastores Lima, Duarte e Fogaça e os evangelistas. Esta Casa tem de
ser tomada pelo poder de Deus. Vamos amarrar todos os espíritos malignos e pedir
a benção de Deus sobre esta Casa. Antes de executarmos o Hino do Rio Grande,
vamos fazer uma oração. Vou convidar para dirigir a Deus essa oração o Pastor
Geraldo Silva, que vai ocupar a tribuna.
Irmãos,
Deus está aqui neste momento. Não são em vão todas as coisas que acontecem, a
presença do Senhor está neste lugar. Em outra oportunidade, Pastor Edemar
Vargas, Pastor Eliseu Santos, Pastor Ferreira, demais irmãos, fizemos uma
corrente de oração dentro desta Casa. Deus tem conduzido os trabalhos desta Casa.
Hoje não é diferente, os irmãos que estão ocupando um lugar aí na tribuna, ou
seja, nas bancadas dos Vereadores, orem para que Deus esteja dominando esta
situação. Amém. A Casa é nossa; a bênção é de Deus para todos nós.
(É
feita a oração.)
Para
finalizar esta Sessão Solene, convidamos a todos para ouvirem o Hino do Rio
Grande do Sul e para participarem de coquetel a ser realizado a seguir.
(Executa-se
o Hino Rio-Grandense)
Estão
encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 21h29min.)
* * * * *